domingo, 5 de setembro de 2010

Flutuando em meus Pensamentos


Oceano; vento bate forte, alisando os cabelos do nosso mar. As ondas fogem de mim. Deitado no meu barco, não seguro meu pranto. Velas acessas, fogo que arde, queima. Velas erguidas, vento que sopra, corta. A distancia a chuva, você a distancia. Tormenta, sol... solidão. Preciso mergulhar na imensidão, preciso me molhar na chuva. As vezes sozinho, preciso de você. As vezes cansado, preciso me desfazer. As vezes correndo, tenho que parar. As vezes parado, paro de chorar.

Imensidão; o céu se torna tão próximo. Defino minhas emoções no horizonte, e nele escrevo seu nome. Seu nome desaparece a cada rajada de vento. Meu medo de te ter aumenta, mas me conforta. Meu sono trás meus sonhos, e você já esteve neles. Os pesadelos reaparecem, e levam você embora. Tremulo escuto sua voz, um suspiro enfim. Em nosso fim, um adeus. A Deus, as duvidas, e a você o amor.

Bote Salva-vidas; encontro um conforto em meio a essa tormenta. Posso naufragar, mas não me afogar. Posso te esquecer, sem morrer ou doer. Posso te ter, mas não te amar. Um remo, ou remorso. Uma saída, dividida, destorcida... esquecida. Já é tarde, tomo um gole de café e vou dormir.

No sonho; você apareceu, linda e triste. Te conforto, um beijo, um desejo... confusão em pleno alto mar. Dormindo sinto o barco balançar. La fora oceano em fúria e vento forte, aqui dentro, calmaria. A cada relâmpago um movimento, tenso, intenso. Os corpos se remexem com o balançar do navio. No ultimo segundo acordo com um estrondo.

Pânico; você foi embora, e o barco a naufragar. Me enganou em meu sonho, me enterteu, e agora espero o pior. Agua pelo corredor. Moveis flutuando, e você ao meu lado rindo de tudo. Assim como em nossas vidas. Meu pânico, sua alegria. Minha agonia, sua felicidade. Onde esta minha coragem e minha bravura? Onde esta sua ternura? Foram embora com nosso sonho. A morte me espera.

Fundo do mar; em meio a toda essa escuridão vejo você. Me lanças sorrisos, mas recebes olhos tristes. No fundo do mar, dançamos nossa ultima dança. Você em um vestido branco, eu de olhos fechados. Um sussurro no ouvido, algumas palavras. No auge de nosso ultimo tango, sinto a imensa dor do punhal que em meu peito cravastes. Sangue se misturando com a agua salgada do mar. Na ultima tentativa de segurar sua mão, estou fraco e a solto.

Por fim Terra; deitado no bote salva-vidas, boto as mão pra fora, sinto a terra. Sol cega meus olhos, tudo sem definição. Aos pouco me recupero. Vejo pegadas de alguem em uma praia deserta. Consigo ver você partindo ao longe. Meu coração batendo forte, uma pontada, há algo errado. Sinto o sangue quente outra vez. Olho pra cima, alguns pássaros no céu. Um nuvem me lembra seu rosto, agora é tarde... fecho os olhos e deixo que me leves...

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